20 março 2010

O dia do pai para mim acaba por ser um dia normal daqueles que não vou jantar ou almoçar com o meu pai, em quem não há telefonemas ou algo que se pareça se quer. Tenho pai sim, mas daqueles que mais ausente é impossível, daqueles que se eu ligasse não iria atender e que me retornaria a chamada uns dias de pois, daqueles que só quer saber de mim quando lhe convém ou quando já saí do hospital ao fim de três ou quatro dias, daqueles que quando somos pequeninas e somos obrigadas a ir com ele de 15 em 15 dias, se esquece que estamos lá em casa, põem-nos a brincar e dorme no quarto ao lado ou nem se lembra de vir dar o antibiótico... nunca em 23 anos jantei fora com o meu pai (salvo num casamento), não sabe se tenho namorado ou qual é a minha cor preferida, por vezes esquece-se dos meus anos...  Dá-me a mesada por transferência bancária mas nunca perguntou se precisava de ir ao médico ou se precisava de ajuda no curso (é arquitecto...). Continuo a batalhar nesta relação o mais que consigo e que o orgulho me permite. Enfim.

3 comentários:

Inês Robalo disse...

Olá!

Bem eu tenho pai, mas ele também é um pouco desligado de mim. Mas não a esse ponto, não conversamos muito porque ele não é pessoa de muitas conversas. Mas já é o feitio dele e já estou habituada, ainda assim não me posso queixar porque sempre me ajudou naquilo que podia.

As vezes a realidade é bem triste. =(

Beijinhos e obrigado pelo comentário!

Guerreira disse...

É complicado com uma relação desse tipo, eu sei bem o k isso é, mas não com o pai, mas sim com a minha mãe, tive 15anos sem a ver e não é uma situação nada fácil.
É tudo muito fácil para eles, mas quem sofre somos nós (filhos)!

Anónimo disse...

Aquilo que não nos destroi, fortaleçe-nos... e tu um dia vais ter esse sofrimento todo, que deve ser muito... Bem recompensado..

BJNHS a "M"